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segunda-feira, 11 de março de 2013

Fotografia e Arte

Segundo a wikipédia, a enciclopédia livre, arte é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa realizada a partir da percepção das emoções e das idéias. Filosoficamente arte está ligada ao estético, provocando  a quem aprecia emoções no campo sensorial-perceptiva-intelectual. Em seu livro " A Obra de Arte", Michel Harr, professor de filosofia e estética contemporânea na Universidade de Paris XII, relata que a arte nada mais é que um instrumento, tanto para o artista quanto para o espectador, ou apenas uma via de acesso ao estado estético.
Sem nos atermos a conceitos filosóficos ou etimológicos e utilizando a definição usual de fotografia como a escrita feita pela ou com a luz , creio que possamos classificar a fotografia como arte , porém  me passa pela cabeça  de qual tipo de arte estamos falando? Muitas vezes quando clicamos uma cena, nos diversos campos da fotografia contemporânea não podemos imaginar qual tipo de reação ou emoção esta cena provocará a quem vai apreciar nosso olhar.
Creio que expressamos nossa alma ao fotografar, ao fazermos com amor colocamos muito de nossa bagagem de vida, cultura e visão de mundo nesta forma de expressar  nosso intimo ou ao menos a parte que queremos que outras pessoas apreciem. Sabemos que  a classificação de arte é bastante subjetiva, tanto na pintura,quanto na escultura, na poesia , e na musica. Ao tomarmos este último exemplo, li uma entrevista interessante com o compositor Nando Reis que revelou  peculiaridades sobre seu processo criativo e que ele não tem ideia de como o público consumidor receberá sua nova obra.Assim o é quando um fotógrafo de paisagem sai para fazer seus registros,  registros esses que são a sua forma de expressar sua emoção ao retratar a cena através de sua lente.
Discussões filosóficas à parte a história da fotografia teve origem na necessidade de apoio para a produção de outra arte, a pintura. Muito se falou sobre a morte da pintura se a fotografia se popularizasse, o que não ocorreu,  pré-conceitos que levaram a esquecermos da principal ferramenta de ambas as artes: o olhar, o olhar de quem produz a arte e o olhar de quem a aprecia.
Temos dois exemplos recentes sobre o prenúncio de morte de uma arte em detrimento do surgimento de outra, como se a  pretensa modernidade arrebatadora de uma relegasse a antecessora ao ostracismo ou esquecimento, este recurso  desenvolvido à partir de um conceito estabelecido ou  ao apego de quem vê no novo uma ameaça gera um sentimento de  defesa e como resultado uma reação de negação do novo. Talvez a negação da fotografia como uma arte resida no medo do esquecimento que alguns antigos beneficiários da pintura como expressão máxima da alma criativa tinham com relação ao impacto da novidade. Isto ocorreu com o radio no surgimento da televisão, e com o jornal impresso ao surgir os jornais on line.O que houve nestes dois casos é que ambos mostraram que há espaço para as diversas manifestações e que se pode atingir as pessoas de diversas formas, basta que se adeque o conteúdo ou formato e haverá sempre o interesse para esta ou aquela forma de se expressar. Assim foi com a pintura e a fotografia, porém, não tendo o mesmo desfecho, porque ainda nos tempos atuais há quem não considere fotografia como arte.

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