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sexta-feira, 29 de março de 2013

Fine art


Anteriormente vimos que há, ainda hoje, certa restrição de alguns em considerar a fotografia uma arte deixando apenas pintura, escultura, arquitetura, musica e poesia sendo consideradas como belas artes enquanto a fotografia é contestada por partir de uma cena previamente capturada e não da criatividade ou inventividade do artista.
A fotografia nasceu da ideia de auxiliar pintores, dando base à retratação de cenas elencadas por eles que se utilizavam dela como suporte, isto de certa forma municiou os críticos que não veem fotografia como arte por esta ser uma  derivação da pintura.
Claro que isto não depôs contra o crescimento e amadurecimento da fotografia  inicialmente rudimentar e posteriormente tecnológica, e nem por isto ganhou ares , notoriedade e status de arte.


Em tempos remotos lá pelo início do século passado criou-se um estado de diferenciação ao tratar fotos encomendadas ou comerciais num patamar de criatividade e inspiração menor que aquela feita com cunho puramente artístico tal qual a pintura se dá.
Até onde pode se chegar para  designar fotografia como sendo ou tendo status de fine arts,  hoje há duas vertentes postulando serem denominadas fine arts.
De algum tempo pra cá, isto no Brasil, um movimento se iniciou dando status de arte decorativa a algumas fotografias de fotógrafos consagrados, abrindo então a possibilidade de galerias comercializarem fotografias preferencialmente.
Vemos então uma diferenciação mercadológica da fotografia fine arts, seu conceito e a utilização deste por quem tem desejo e interesse em que este impulso ou tendência se consolide.
De um lado a foto de cunho artístico, totalmente voltado ao estético, mono ou policromático que encanta a alma do expectador e movimenta o mercado das galerias especializadas na comercialização de fotografias top aqui e pelo mundo.
Do outro bureaus especializados em impressões com papéis e outras formas de impressão com qualidade especial utilizando o termo fine arts para determinar que a fotografia por ele impressa tome contornos de arte contemporânea e digna de figurar nas top galerias sonhando com uma venda vultuosa ou exibição em galeria de arte.
Longe de fechar questão e repercutindo neste post o que tenho lido e pesquisado, em se tratando de arte fotográfica, dizer que uma foto tem potencial de venda e/ou cairá nas graças dos críticos como tal é muito subjetivo.
Da mesma forma uma foto aos olhos de muitos "comum" não será “glamourizada” pelo simples fato de ter sido impressa em X bureau ou com o melhor dos papéis canson que se tem no mercado garantindo-lhe sobrevida de 100 anos sem perder qualidade.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Fotografia e Arte

Segundo a wikipédia, a enciclopédia livre, arte é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa realizada a partir da percepção das emoções e das idéias. Filosoficamente arte está ligada ao estético, provocando  a quem aprecia emoções no campo sensorial-perceptiva-intelectual. Em seu livro " A Obra de Arte", Michel Harr, professor de filosofia e estética contemporânea na Universidade de Paris XII, relata que a arte nada mais é que um instrumento, tanto para o artista quanto para o espectador, ou apenas uma via de acesso ao estado estético.
Sem nos atermos a conceitos filosóficos ou etimológicos e utilizando a definição usual de fotografia como a escrita feita pela ou com a luz , creio que possamos classificar a fotografia como arte , porém  me passa pela cabeça  de qual tipo de arte estamos falando? Muitas vezes quando clicamos uma cena, nos diversos campos da fotografia contemporânea não podemos imaginar qual tipo de reação ou emoção esta cena provocará a quem vai apreciar nosso olhar.
Creio que expressamos nossa alma ao fotografar, ao fazermos com amor colocamos muito de nossa bagagem de vida, cultura e visão de mundo nesta forma de expressar  nosso intimo ou ao menos a parte que queremos que outras pessoas apreciem. Sabemos que  a classificação de arte é bastante subjetiva, tanto na pintura,quanto na escultura, na poesia , e na musica. Ao tomarmos este último exemplo, li uma entrevista interessante com o compositor Nando Reis que revelou  peculiaridades sobre seu processo criativo e que ele não tem ideia de como o público consumidor receberá sua nova obra.Assim o é quando um fotógrafo de paisagem sai para fazer seus registros,  registros esses que são a sua forma de expressar sua emoção ao retratar a cena através de sua lente.
Discussões filosóficas à parte a história da fotografia teve origem na necessidade de apoio para a produção de outra arte, a pintura. Muito se falou sobre a morte da pintura se a fotografia se popularizasse, o que não ocorreu,  pré-conceitos que levaram a esquecermos da principal ferramenta de ambas as artes: o olhar, o olhar de quem produz a arte e o olhar de quem a aprecia.
Temos dois exemplos recentes sobre o prenúncio de morte de uma arte em detrimento do surgimento de outra, como se a  pretensa modernidade arrebatadora de uma relegasse a antecessora ao ostracismo ou esquecimento, este recurso  desenvolvido à partir de um conceito estabelecido ou  ao apego de quem vê no novo uma ameaça gera um sentimento de  defesa e como resultado uma reação de negação do novo. Talvez a negação da fotografia como uma arte resida no medo do esquecimento que alguns antigos beneficiários da pintura como expressão máxima da alma criativa tinham com relação ao impacto da novidade. Isto ocorreu com o radio no surgimento da televisão, e com o jornal impresso ao surgir os jornais on line.O que houve nestes dois casos é que ambos mostraram que há espaço para as diversas manifestações e que se pode atingir as pessoas de diversas formas, basta que se adeque o conteúdo ou formato e haverá sempre o interesse para esta ou aquela forma de se expressar. Assim foi com a pintura e a fotografia, porém, não tendo o mesmo desfecho, porque ainda nos tempos atuais há quem não considere fotografia como arte.