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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Olhar Via Digital: Qualidade e Registro... porque ambos andam tão dis...

Olhar Via Digital: Qualidade e Registro... porque ambos andam tão dis...: A tempos não olho para este meu filho querido, que acata minhas idéias sem questionamentos, que revela uma faceta minha que a muitos pode ...

Qualidade e Registro... porque ambos andam tão distantes?!?

A tempos não olho para este meu filho querido, que acata minhas idéias sem questionamentos, que revela uma faceta minha que a muitos pode desagradar e que faz de mim um ser crítico e honesto com minhas convicções. Sei que a alguns a expressão de opiniões pode magoar ou soar como arrogância, mas no meu coração é como um alerta para que sejamos co-criadores de beleza não massificada e multiplicadores de momentos em que todos possam compartilhar sem dúvida do que se trata a cena. De que valem comemorações encontros e outros registros que mal conseguimos identificar quem esta nas fotos?Falo das fotos postadas nas redes sociais e em específico no Facebook.A questão começa por conta do grande número de fotos postadas todos os momentos na time line e o pouco espaço para tantas imagens, o próprio Facebook reduz a qualidade das fotos para que possamos ver postar e compartilhar nossas memórias recordações e propagandas.
Esta reflexão é  um desabafo, como um grito, pelo aumento na  qualidade das imagens postadas nas redes sociais que a cada lançamento da indústria de Smartfones parece estar cada vez mais longe de ser recuperada. São tantos cliques e tantos registros somados  as facilidades do point and shoot (aponte e clique) da era digital que se perdeu a noção do que é qualidade; se por um lado popularizou a fotografia no outro jogou o senso estético ladeira a baixo,a enorme quantidade de celulares com câmeras acabou facilitando e muito a arte de fotografar. Claro que uma boa foto independe da ferramenta utilizada e quem domina a arte com paixão o faz bem usando uma Reflex top ou um Smartphone e isto é público e notório em redes destinadas ou utilizadas por fotógrafos profissionais para mostrar suas criações.
Seguindo o raciocínio de que o Smartphone é apenas uma ferramenta devo dizer que como toda ferramenta devemos aprender como melhor maneira de opera-la e que o resultado se aproxime ao máximo da cena visualizada. Ocorre que na maioria esmagadora das ocasiões não fazemos uso do manual de instruções para aprender os recursos que a mesma nos oferece e o meio de solucionar questões básicas como acertar o foco de uma foto ou se ele tem recursos para fotografar com pouca iluminação ou mesmo se há um flash para fotos noturnas.
Alguns modelos recentes tem isto incorporado aos seus recursos nativos, outros podem baixar aplicativos para solucionar estas e outras questões  e ha ainda filtros para pequenas correções  antes de postar as fotos na rede social que se pretende, mas o que observo de forma generalizada é a pressa em compartilhar o momento sem se ater à qualidade daquilo que se quer participar aos demais amigos e conhecidos da sua teia.



                   

Esta foto foi feita no aniversário da  minha caçula e como podem perceber está difícil notar detalhes nela, além de falta de foco há grânulos entre outras coisas, esta foto foi feita com um iphone 3. Notadamente não há muito o que falar sobre esta imagem além dela servir como ilustração para este texto, e devo confessar que não utilizei a mesma para nada além de tentar melhora-la e passar para minha filha.
Para quem não entende muito a linguagem fotográfica grânulo é o excesso de pigmentos observado nesta foto e ocorre com muita frequência em câmeras compactas e Smartphones e com menor frequência nas câmeras com sensor maior utilizados nas câmeras Reflex mais sofisticadas.
Aqui uma discussão antiga retorna toda vez que a indústria do consumo faz com que consumidores acreditem que num passe de mágica ou num apertar de botão as mais belas fotos saem de forma natural e simples desde que você tenha um Smartphone com uma câmera de 5, 8, 16 , ou 40 megapixels.


E de que adianta tanta capacidade para capturar dados se o local de armazenamento é minúsculo?Este quadro comparativo acima é para demonstrar a diferença do tamanho da capacidade de armazenamento que o sensor da câmera de um celular ou smartphone tem em comparação ao tamanho do sensor de uma câmera utilizada por fotógrafos profissionais.Logo é improvável que você com um smartphone com 40 megapixel ,como o de um lançamento recente, consiga um bom resultado, ainda mais sem ler o manual do aparelho e entender os recursos que o mesmo oferece para fotografar.
Questões técnicas à parte o que eu quero expressar aqui na verdade é um alerta contra este senso comum de que o que importa é postar uma imagem rapidamente no face, se fazer notar, chamar a atenção, mesmo que ao partilhar a foto na sua linha do tempo ou acrescentar um álbum pouco importa se somente quem tirou a foto ou estava posando para a mesma consiga saber quem estava posando ou onde foi tirada a foto.
Este ritmo atual chama a minha atenção para a falta de senso de qualidade generalizado onde não importa se a foto transmite uma emoção real ou um emaranhado de cores e sombras indefinidos.Por outro lado profissionais que tem seus custos, fazem investimentos em equipamentos, se reciclam ,sabem ler a luz para exercer sua criatividade e seu amor pelo que fazem  são desvalorizados ao entregarem um orçamento e causarem espanto nos clientes, quem se acha fotógrafo (a) e tira fotos sem qualidade, não reconhece o trabalho por trás da bela foto justamente por viver em meio da ilusão que a indústria da imagem faz propagando que é fácil fotografar com qualidade profissional e desqualifica o trabalho daqueles que vivem de fotografia e que desejam  que sua arte seja reconhecida, valorizada e remunerada de acordo.